A conjugação da Natureza com a natureza do homem foi o ponto de partida para a obra que Alberto Carneiro deixa a São Mamede do Coronado. O artista contemporâneo decidiu eternizar o papel que tem no mundo com um Jardim-Escultura contíguo à habitação onde cresceu - e brincou com o amigo Zacarias -, na Rua Dr. David Assoreira, e no ambiente que foi fonte do seu potencial criativo.
Trata-se da maior obra, em dimensão, do mestre e é composta por 435 esteios de granito e um tronco de castanheiro. Para Alberto Carneiro, tem “um significado especial” por estar “em São Mamede” e por “ser constituída com matéria que vem da paisagem”. “O granito e a articulação entre os vários elementos criam uma espécie de labirinto através do qual se passa e se pode ir reconstruindo a imaginação”, definiu o artista.
O segundo dia da primavera de 2015 marcou a inauguração de mais uma obra do mestre, que em criança conviveu com Santeiros, mas aprofundou a sua arte tendo como arquétipos a Natureza, a arte e o corpo. Perante uma tenda cheia de pessoas para o homenagear, Alberto Carneiro explicou que a obra “é o testemunho do reconhecimento à terra” que o viu crescer e propiciou a formação da identidade e “convívio com a Natureza que tão importante tem sido na obra”.
O significado da obra explica-se também com a existência do artista, mas não sobe ao pedestal do espólio que deixa em Portugal e no Mundo. Alberto Carneiro recusa afirmar que se trata da escultura mais importante que assinou, porque, “são os outros que classificam”, defendeu.
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